o pior filme de todos os tempos da última semana
um dia você vai estar na academia de tênis, no espaço unibanco ou em outro desses cinemas descolados onde sempre há o risco de passar um filme europeu daqueles que ninguém quis ver no seu país, e vai ver um cartaz com um comentário do tipo “tem o estilo do almodóvar”, em letras enormes. com um mínimo de desconfiômetro, vai ter a impressão de que é uma roubada. e é. chama-se “princesa”, um espanhol sobre duas prostitutas que ficam amigas, saem um dia para dançar, ficam com dois caras e, a caminho do crime, travam o seguinte diálogo:
- você vai cobrar dessa vez?
- não, essa noite não somos putas, somos princesas.
(pausa para passar a raiva)
mas o pior ainda está por vir. lá pelo final, a espanhola complexada e carente (foto) vira para a outra, uma imigrante dominicana gostosona, entrega os 1,8 mil euros que tinha guardado para colocar silicone no seio e faz a seguinte declaração:
- a gente só existe quando existe alguém pensando na gente
(.......)
é uma espécie de panorâmica de clichês e diálogos dispensáveis. e pior, sem uma boa trepada sequer. mas tudo bem. depois de um plantão de 24 horas, o que eu queria mesmo era comer pipoca numa poltrona confortável. e ninguém atendeu o telefone no cinema dessa vez, nem ficou batendo papo ao meu lado, o que é um luxo em brasília.
(e como este blog é democrático, eis o comentário de um crítico: " O diretor espanhol Fernando Léon de Aranoa confirma sua habilidade de converter assuntos marginais em cinema comprometido com o social - um estilo inspirado no cineasta Ken Loach". é como diz o velho ditado: se o crítico gostou, não compre o ingresso. ou pelo menos desconfie que ganhou uns ingressos da distribuidora)